Você sabia que a Teoria da Recepção na Literatura coloca o leitor no centro da Literatura? Se você não sabia, então preste bastante atenção com a explicação da Amanda Batista.
Teoria da Recepção na Literatura
“Neste vídeo, vamos discutir sobre mais uma abordagem da crítica literária: a Teoria da Recepção. Diferentemente das abordagens literárias, já abordados aqui no canal, a Teoria da Recepção coloca o leitor no centro da literatura. Vamos nessa?
Oi, gente, eu sou Amanda e bem-vindos ao canal Gabi Letras. Este é mais um vídeo da série sobre abordagens da crítica literária. Nós sabemos que, como na linguística, há várias formas de se estudar Literatura, e hoje vamos falar sobre a Teoria da Recepção. Se você gosta desse tipo de conteúdo, já se inscreva no canal, deixe seu like e vamos ao vídeo.
A Teoria da Recepção é uma teoria da análise do fato artístico ou cultural que enfoca o receptor. Taí esse trocadilho do nome recepção, ou receptor, então esses estudos surgiram diversos câmpus tá, eles não é estritamente só da literatura mas dentro dos estudos literários, se originou a partir dos trabalhos de Hans Robert Jauss ainda na década mais ou menos 1960, e posteriormente se desenvolveu tanto nos Estados Unidos como também na Alemanha. A Teoria da Recepção, como foi dito, ela faz parte de vários campos do saber, mas dentro da literatura ela dá a entender que a literatura é uma arte performativa e o seu sentido, o seu significado, seja a manutenção do texto vai sendo construída pelo leitor. Por isso que o foco é o leitor nessa recepção do texto.
Para Hans Robert Jauss, que é o principal nome da Teoria da Recepção dentro da literatura, é o leitor que vai garantir a atualização da obra, ou seja, através do contato do leitor com o texto que ele vai garantir essa manutenção da historicidade da obra.
Mas, Amanda, o que é historicidade?
Bom, vamos lá, então. Pode-se dizer que a historicidade é um momento da Leitura que o leitor faz ali da obra. Ou seja, é um momento dentro daquela época, dentro daquele contexto que o leitor vai articular os conhecimentos da sua época, levando daquela leitura para dentro da leitura da obra literária e, assim, atualizando-a. Então é sempre um contato e, por isso, por essa historicidade, vamos supor que a gente pega em livros antigos, pega uma Ilíada, pega um Machado de Assis, que são de obras passadas de outros tempos, a partir do momento que eu, enquanto leitora, estou situada nessa época, 2022, enfim, levo em consideração isso, esse momento para a leitura, essa historicidade, essa articulação de conhecimentos trazidos da obra, quantos que eu trago do meu mundo do que eu estou vivendo, vai manter a obra viva. E é esse que Jauss se interessa e procura demonstrar no seu trabalho. Não é mais focar como a gente viu no formalismo Russo, por exemplo, na estrutura o que o texto quer dizer; não, aqui a gente não tá pesquisando qual é a intenção do autor, o que ele quis dizer, o que ele quis passar ali qualquer intenção dele, mas essa construção de sentidos através do contato da obra e do leitor nesse momento, nessa historicidade.
E, a partir da leitura, o leitor com a sua visão de mundo, todo o seu conhecimento de mundo com esse contato na obra que vai construir os sentidos, que vai construir os significados ali. E nessa relação dialógica muito bacana que traz essa relação dialógica para a literatura é que vai possibilitar perceber que as obras não são estáticas, os sentidos não são únicos e acabáveis, mas sempre uma construção que pode ser atualizada, e o papel da historicidade, desse conhecimento de mundo, dessas informações que o leitor traz para o texto é muito importante. Então nessa relação leitor-texto que vai se construir os sentidos e os significados daquele texto.
Um outro estudioso da linha, chamado Wolfgang Iser, da sua obra “The act of reading (1978), diz o que é um leitor ideal.
Esse leitor ideal, no contato com o texto com a obra literária, ele vai se adaptar, ele vai mudar sua visão de mundo, por assim dizer, para conseguir ler, para conseguir chegar ao sentido daquele texto. Então aqui seria um leitor ideal que ele já tem certas habilidades que o fazem ser capaz de realizar aquela leitura.
Bom, aqui a gente já percebe que Jauss, quando os coloca essa relação de leitor com o texto pra ter essa construção de sentidos, vai totalmente contra o que Iser propõe. Porque Iser traz um leitor ideal, aquele bonitinho que não foge a regra que, diante de um texto, ele se adapta para tentar entender as lacunas que ficaram no texto.
Diferentemente de Jauss, não. Pra Jauss, ele vai com o contato do leitor com seu conhecimento de mundo, sua visão de mundo, construindo sentidos no texto. E tá aqui são visões diferentes dentro de uma mesma linha.
Um outro autor, chamado Stanley Fish, da obra “Is there a text is this class (1980), já vai propor também, peça o que Jauss propõe, que o bom escritor, um verdadeiro escritor, é o leitor que, em contato com o texto, vai produzir os sentidos. Ou seja, o que o texto faz conosco é o resultado da nossa interpretação, e assim o foco está na leitura do texto ao invés no autor, o que o autor quis dizer, ou no texto em si, mas nessa relação dialógica texto-leitor.
Bom, com essa teoria literária, que essa abordagem crítica Teoria da Recepção, a gente consegue perceber que ela vem para romper com aquele formalismo Russo, que são as primeiras correntes que a gente já viu aqui no canal, a nova crítica ou “New Precision”, que leva muito em consideração a estrutura, o que o autor quis dizer, mas não leva em consideração o leitor nessa relação dialógica com a obra.
A partir da Teoria da Recepção, a gente vai começar a ver outras abordagens aqui também no canal, como pós-colonialismo, materialismo cultural e que cada vez mais essa relação de sentidos que é construído levado em consideração a história, o social, o econômico, enfim, a cultura em geral vai permear sempre nessa construção de sentidos no texto e isso é muito bacana. E, como sempre digo, é sempre o avançar dos estudos que vai possibilitando um novo surgimento, que são novas questões que vão sendo colocados em jogo aqui para pesquisar.
E você, já conhecia a Teoria da Recepção? Gostou de saber dessa relação, essa interação leitor e texto? Muito bacana, né? Se você gostou, compartilhe com os amigos e vamos juntos neste vasto universo da linguagem verbal humana. Tchau!”
Vídeo do YouTube da Amanda Batista
Confira o vídeo da Amanda Batista sobre o assunto desse Artigo:
Escreva nos comentários se você já conhecia a Teoria da Recepção na Literatura.
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